quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

D. Pedro IV

Hoje ouvi na rádio uma história curiosa que já tinha visto aflorada não sei onde.

A propósito de um ciclo de cinema que está a decorrer na cinemateca sobre regicídios, e de um filme sobre a morte do imperador Maximiliano, no México então dominado por Napoleão III (JUAREZ, Derrocada de Um Império De William Dieterle, Estados Unidos, 1939), um comentador referiu a possibilidade de a estátua de D. Pedro IV, no Rossio, em Lisboa, não representar aquele rei mas o imperador Maximiliano do México. Como entretanto mataram o imperador antes de a estátua estar concluída, teriam oferecido a obra a Portugal, que assim conseguiu uma estátua para embelezar o Rossio, a baixo preço.

Será?

Creio que é uma lenda, mas a história não deixa de ser curiosa (nos registos consta que se trata de um monumento da autoria do arquitecto Gabriel Davioud e do escultor Elias Robert, inaugurado em 1870).

O certo é que a estátua foi colocada no cimo de uma coluna tão alta (27,5 metros de altura) que ninguém consegue ver bem as feições do rei.

Aliás, porquê uma estátua de D. Pedro IV no Rossio?

É verdade que o homem foi um marco na história de Portugal.

Primeiro abdicou do trono português a favor da sua filha, D. Maria.

Depois, abdicou da coroa imperial do Brasil e veio ajudar a sua filha D. Maria nas lutas com D. Miguel.

Pouco tempo depois de D. Miguel se render (alguém se lembra da convenção de Évora-Monte de 25 de Maio de 1834?), D. Pedro IV morreu.

Trata-se, assim, de um rei que passou a vida a rejeitar coroas, mas que foi um grande lutador pela liberdade dos povos (quer no Brasil, quer em Portugal).

Por isso, D. Pedro IV tem uma estátua em Lisboa, outra no Porto e ainda uma no Rio de Janeiro.

Se a estátua do Rossio afinal não o representar, não lhe faltam estátuas de homenagem.

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