domingo, 29 de novembro de 2015

Sonho Azul


Levei-a no meu sonho azul
Azul, Azul
Da cor do céu
Levei-a comigo
Sonhou um sonho
Da cor do meu
Deitados no leito da lua
Na frescura, que tremor...


Levei-a no meu sonho azul
Azul, azul
Da cor do mar
Levei-a comigo
Sonhou um sonho
De apaixonar
Deitados na noite das ilhas
Na frescura, que tremor...


Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul

 


 





 

Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul



Poema de Pedro Ayres Magalhães (para uma música do próprio cantada pela Né Ladeiras).

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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Analogia Aquática



Aprendi a minha arte de jogar
com as palavras lançando-as à água, como
pedras, para ver como saltam, ou se afundam, ao acaso
da mão que as lança. E penso no que aconteceria se,
em vez das pedras polidas da ria, fossem versos
o que eu lançasse. As suas sílabas, como pétalas, iriam
dispersar-se numa espuma de ondas, e colar-se-iam
aos pés dos apanhadores de amêijoa, fazendo-os
enterrarem-se num lodo de vogais. Se eu tivesse o seu domínio
das marés, deixaria que os versos subissem até formarem
poemas, e faria com eles a linha branca do litoral. Mas
os pescadores chegam antes de mim, e empurram os barcos
até passarem a rebentação e lançarem as redes, apanhando
vogais, sílabas e palavras, como peixes e algas,
para as venderem ao desbarato
na lota do poema.

Nuno Júdice, A Convergência dos Ventos


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Na Floresta



[Stopping by the Woods on a Snowy Evening]

Whose woods these are I think I know.
His house is in the village, though;
He will not see me stopping here
To watch his woods fill up with snow.

My little horse must think it queer
To stop without a farmhouse near
Between the woods and frozen lake
The darkest evening of the year.


He gives his harness bells a shake
To ask if there is some mistake
The only other sound's the sweep
Of easy wind and downy flake.

The woods are lovely, dark, and deep,
But I have promises to keep,
And miles to walk before I sleep,
And miles to walk before I sleep.

Robert Frost, The Collected Poems


domingo, 8 de novembro de 2015

Os amigos do Quasimodo


Gárgula.


Por dentro a chuva que a incha, por fora a pedra misteriosa
que a mantém suspensa.
E a boca demoníaca do prodígio despeja-se
no caos.






Esse animal erguido ao trono de uma estrela,
que se debruça para onde
escureço. Pelos flancos construo
a criatura. Onde corre o arrepio, das espáduas
para o fundo, com força atenta. Construo
aquela massa de tetas
e unhas, pela espinha, rosas abertas das guelras,
umbigo,
mandíbulas. Até ao centro da sua
árdua talha de estrela.






Seu buraco de água na minha boca.
E construindo falo.
Sou lírico, medonho.




Consagro-a no banho baptismal de um poema.
Inauguro.
Fora e dentro inauguro o nome de que morro.


Herberto Helder - Le poème continu


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sábado, 24 de outubro de 2015

Uma torre de ferros











  

Sim! Eu também gosto muito destes ferros de Paris!
Obrigado Sr. Eiffel!



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sábado, 17 de outubro de 2015

O Homem da Concertina



 

 




















O homem da concertina é Amadeu Magalhães.

O Amadeu é membro dos Realejo, onde também toca gaita de foles, flautas, braguesa, bandolim, e cavaquinho.

Realejo é um grupo de Coimbra que toca música de raiz tradicional portuguesa e europeia. 

Para além do fotografado Amadeu Magalhães, os Realejo contam com o Fernando Meireles (na sanfona, no bandolim e no cavaquinho) com o Jorge Queijo (na percussão) e com a Catarina Moura (na voz). Na viola (ou será guitarra?) dos Realejo já estiveram o Steve Fernandes e o Miguel Veras e no baixo o Fernando Araújo.

Oiçam!

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