domingo, 28 de julho de 2019

Arrastei-me para o teu lugar … e é em ti que vou ficar



Já é noite e o frio
Está em tudo que se vê
Lá fora ninguém sabe
Que por dentro há vazio
Porque em todos há um espaço
Que por medo não cedeu
Onde a ilusão se esquece
Do que o tempo não previu

Já é noite e o chão
É mais terra pra nascer
A água vai escorrendo
Entre as mãos a percorrer
Todo o espaço entre a sombra
Entre o espaço que restou
Para refazer a vida
No que o tempo não matou

E onde tudo morre tudo pode renascer

Em ti vejo o tempo que passou
E o sangue que correu
Vejo a força que me deu
Quando tudo parou em ti
A tempestade que não há em ti
Arrastei-me para o teu lugar
E é em ti que vou ficar

Já é noite e a sombra
Está em tudo o que se vê
Lá fora ninguém sabe
O que a luz pode fazer
Porque a noite foi tão fria
Que não soube acordar
A noite foi tão dura
E difícil de sarar

E onde tudo morre tudo pode renascer

Em ti vejo o tempo que passou
E o sangue que correu
Vejo a força que me deu
Quando tudo parou em ti
A tempestade que não há em ti
Arrastei-me para o teu lugar
E é em ti que vou ficar

Porque eu descobri a casa onde posso adormecer
Eu já desvendei o mundo e o tempo de perder
Aqui tudo é mais forte e há mais cor no céu maior
Aqui tudo é tão novo tudo pode ser amor

E onde tudo morre tudo volta a nascer

Em ti vejo o tempo que passou
E o sangue que correu
Vejo a força que me deu
Quando tudo parou em ti
A tempestade que não há em ti
Arrastei-me para o teu lugar
E é em ti que vou ficar

Já é dia e a luz
Está em tudo o que se vê
Cá dentro não se ouve
O que lá fora faz chover
Na cidade que há em ti
Encontrei o meu lugar
É em ti que vou ficar


sábado, 27 de julho de 2019

… deixem o pimba em paz …



Cheguei sem avisar
Mais cedo a casa nesse dia
Ia te preparar
O jantar surpresa que tu querias

Mas algo estranho se passava
Tinhas chegado antes de mim
E pelo chão roupa espalhada
E algumas peças de cetim

Eu a tremer subi a escada
Abri a porta e então vi

Na minha cama com ela
Tu e ela no meu quarto
Perdido nos braços dela
Mesmo em frente ao meu retrato

Na minha cama com ela
Tu e ela na loucura
Perdido nos braços dela
E muito mais que uma aventura

O teu corpo junto ao dela
Na minha cama com ela

Hoje quero esquecer
Esse quadro mas não posso
Terei até morrer
Os dois nos lençóis que eram nossos

Tenho o desgosto tatuado
Eternamente desde então
E cada vez esta mais amargo
O dissabor dessa traição

Selei a porta desse quarto
Mas tenho ainda essa visão

Na minha cama com ela
Tu e ela no meu quarto
Perdido nos braços dela
Mesmo em frente ao meu retrato

Na minha cama com ela
Tu e ela na loucura
Perdido nos braços dela
E muito mais que uma aventura

O teu corpo junto ao dela
Na minha cama com ela

Na minha cama com ela
Tu e ela no meu quarto
Perdido nos braços dela
Mesmo em frente ao meu retrato

Na minha cama com ela
Tu e ela na loucura
Perdido nos braços dela
E muito mais que uma aventura

O teu corpo junto ao dela
Na minha cama com ela

Na minha cama com ela
Tu e ela no meu quarto
Perdido nos braços dela
Mesmo em frente ao meu retrato

Na minha cama com ela
Tu e ela na loucura
Perdido nos braços dela
E muito mais que uma aventura

O teu corpo junto ao dela
Na minha cama com ela

Na minha cama com ela
Tu e ela no meu quarto
Perdido nos braços dela…


Se preferirem o original … da grande Mónica Cintra



sexta-feira, 26 de julho de 2019

A estrela que guia o meu coração ...



Tu és a estrela que guia o meu coração
Tu és a estrela que iluminou meu chão
És o sinal de que eu conduzo o destino
Tu és a estrela e eu sou o peregrino
Até aqui foi uma escuridão tão
Dessas que nos faz ser sábios do mundo
Vivi desilusão tão desigual
Que vim dar a minha infância num segundo
Nem sabes tu aquilo que fizeste
Por mim, até por ti quando chegaste
Só sei que ao te ver tu reergueste
O que em mim era só cinza e desgaste
Tu és a estrela que guia o meu coração
Tu és a estrela que iluminou meu chão
És o sinal de que eu conduzo o destino
Tu és a estrela e eu sou o peregrino
Amor que cedeu, mas numa distância
Distância que nos fez acreditar
Que é essa que dá a real importância
À liberdade que é poder e saber amar
Bem mais feliz agora certamente
Vou eu seguindo assim pela vida afora
Não mais estarei sozinha, estou bem crente
Que o teu feixe de luz própria me segue agora
Tu és a estrela que guia o meu coração
Tu és a estrela que iluminou meu chão
És o sinal de que eu conduzo o destino
Tu és a estrela e eu sou o peregrino
Tu és a estrela e eu sou o peregrino


quinta-feira, 25 de julho de 2019

Oh, que saudade eu tenho do cheiro das manhãs de inverno



Se um dia falar de ti
É porque, tu ficaste
Tu marcaste

Se foi bom ou mau
Eu já esqueci
E não, não me lembro mais
De trocar as vogais

Sofre, sofre, ao bater do tempo
Às vezes nem lembro, pra não ficar cinzento
O que é feito desses momentos?

Não é no fado só
Mas que saudade eu tenho

Oh, que saudade eu tenho
Do cheiro das manhãs de inverno
Pensei que fosse eterno

Oh, que saudade eu tenho
Daquelas noites de verão
Havia sempre solução, para nós
Havia

Se um dia voltasse para trás
Então eu, deixava-me ficar
Faz tempo a sonhar

Fazer tudo de novo, outra vez
Agora eu vou aproveitar
Para te encontrar

Mas sofre, sofre, ao bater do tempo
Às vezes nem lembro, pra não ficar cinzento
O que é feito desses momentos?

Não é no fado só
Mas que saudade eu tenho

Oh, que saudade eu tenho
Do cheiro das manhãs de inverno
Pensei que fosse eterno

Oh, que saudade eu tenho
Daquelas noites de verão
Havia sempre solução, para nós
Havia

Oh, não sei se tu sabes que tudo muda
A saudade bate mais forte, mas também o tempo não ajuda
É a recordação, é a esperança do avesso. Foram tantas que algumas até me esqueço
A idade avançou, o tempo mudou, a verdade bate mais forte porque eu sei que quase tudo acabou
É a inocência da irreverência ausente da existência da aparência da mesma adolescência

E não há nada
Nada a fazer

Oh, que saudade eu tenho
Do cheiro das manhãs de inverno
Pensei que fosse eterno

Oh, que saudade eu tenho
Daquelas noites de verão
Havia sempre solução, para nós
Havia

Mas que saudade, saudade do tempo
Quero voltar atrás, que saudade, que saudade que eu tenho
Que saudade, que eu tenho


quarta-feira, 24 de julho de 2019

Problema de expressão


Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.

Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.

Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.

E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.

E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.

Ficar mais perto, bem mais de perto.


terça-feira, 23 de julho de 2019

Vem de novo ...


E se eu
E se eu me esquecer de ti
Mas não dessa forma que o fiz
Isso fui só eu a ser só eu
Mas, se se enrugar a noção do meu melhor
Vem, de novo, deseducar-me de estar só
E se tu
E se te apagares de mim
Mas não como às vezes pedi
Isso fui eu só a ser eu só
Ai, se se enrugar a noção do meu melhor
Vem, de novo, curar-me o vício de estar só
E se o que eu pagar
P'lo que não dormi
For reencarnar
Nas memórias de um puto
Sem jeito nenhum
E se o que eu pagar
P'lo que já esqueci
For perder o pavor de perder-te
Por nem saber quem és
Pois, se se enrugar a noção do meu melhor
Venho, velho, desconhecer que nada sou
Mas se se enrugar a noção do meu melhor
Vem, de novo, deseducar-me de estar só