sábado, 16 de abril de 2022

… saudade, saudade …



 

I’ve tried to write a million other songs but

Somehow I can’t move on, oh you’re gone

Takes time, alright & I know it’s no one’s fault but

Somehow I can’t move on, oh you’re gone

 

Saudade, saudade

Nothing more that I can say says it in a better way

Saudade, saudade

Nothing more that I can say says it in a better way

 

Tem tanto que trago comigo, foi sempre o meu porto de abrigo

E agora nada faz sentido, perdi o meu melhor amigo

E se não for demais, peço por sinais, resta uma só palavra

Peço por sinais, resta uma só palavra

 

Saudade, saudade

Nothing more that I can say says it in a better way

Saudade, saudade

Nothing more that I can say says it in a better way

Nothing more that I can say says it in a better way

 

I’ve tried, alright, but it’s killing me inside

Thought you’d be by my side always



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1 comentário:

Ideiafix disse...

Maro é tudo o que vos quero dizer
1.
Gostava hoje de vos falar de Maro.
Não por causa da sua passagem ontem à final da Eurovisão.
Não pela sua canção que é uma espécie de feitiço, de encantamento, de hipnose.
Também não por ser bonita, por ficar bem na imagem, pela simpatia do modo como sorri com os olhos – o modo como sorri mesmo quando está séria.
Não por ser tão diferente da maioria dos outros concorrentes.
Não pelo orgulho de me sentir representado por uma excelente canção, feita com bom-gosto, interpretada num quase silêncio, numa quase oração.
Não pelos tantos que a têm colocado nos píncaros.
Ainda menos pelos que lhe projetam altos voos ou poem as mãos no fogo pelo seu talento.
Ou pela sua história, pela capacidade de voar sozinha, de arriscar.
Não quero falar dessa Maro que ousou fazer-se ao mar e alargar caminho, que decidiu sair do país para tentar a sua sorte, conhecer mais pessoas, estudar, ouvir, aprender.
2.
Gostava hoje de vos falar de uma outra coisa.
Do que sinto quando a vejo em palco.
Quando a oiço num quase silêncio.
Quero falar-vos de Maro, mas apenas sobre o que nela é milagre, sobre o que nela é radicalmente fora do tempo.
Sobre a presença que nos ilumina.
Sobre a sua luz calma.
Uma luz de planície.
Quero falar-vos do que nela é também uma imagem de bem – logo agora que tantos lobos turvam o horizonte, que tanta guerra nos entra pelas casas, que tanto medo nos invade.
Quero falar-vos do que nela é doçura – logo agora que tantos parecem mais agressivos do que antes; quando gritamos tanto, quando perdemos a calma mais vezes, quando disparamos e agredimos.
Quero falar-vos da calma que aquela jovem transparece – logo agora que tanto parecemos dependentes do frenesim, da rapidez, do que é instantâneo.
Quero falar-vos daquela portuguesa que nos representará mais uma vez no próximo sábado.
Porque o importante não é a cantiga.
Ou o Festival da Canção.
Ou ganhar ou perder.
O importante é que Maro representa uma ideia maior.
Representa a esperança de que há um caminho alternativo.
Que há um caminho para a palavra “saudade” que não é saudosista.
Que o Bem é poderoso e não se explica.
Porque Maro é tudo isso.
É o que não se explica, o que nos convoca ao que temos de mais profundo, também à saudade do que não fomos e ao que ainda podemos ser se soubermos convocar os bons fantasmas.
(Luís Osório)