Como dois e dois são quatro 
sei que a vida vale a pena 
embora o pão seja caro 
e a liberdade pequena
Como teus olhos são claros 
e a tua pele, morena 
como é azul o oceano 
e a lagoa, serena 
Como um tempo de alegria 
por trás do terror me acena 
e a noite carrega o dia 
no seu colo de açucena 
– sei que dois e dois são quatro 
sei que a vida vale a pena 
mesmo que o pão seja caro 
e a liberdade pequena
«Dois e dois: Quatro», de Ferreira Gullar (pseudônimo de
José Ribamar Ferreira), in "Autobiografia
poética e outros textos"
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