quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Gisela João


Não sei, não sabe ninguém
Por que canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento
Todo o sofrimento
Eu sinto que a alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto


Foi Deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas
Deu oiro ao sol
E prata ao luar
Foi Deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu o luto as andorinhas
Ai!, e deu-me esta voz a mim


Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor


Foi Deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul às ondas do mar
Foi Deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai!, e deu-me esta voz a mim.

Letra do fado “Foi Deus” de Amália Rodrigues


Claro que gostava de ir ver (e principalmente ouvir) a Gisela João no Coliseu. Como ninguém me ofereceu um bilhete e como Lisboa está ali tão longe, vou vê-la (e ouvi-la) no Youtube. Os que vão (ou já foram no Coliseu do Porto) e os que, como eu, têm pena de não ir, podem vê-la, por exemplo neste vídeo, onde encanta a Joss Stone que, com ela, tenta brincar aos fados:




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