Fui há dias visitar a Biblioteca Joanina da Universidade de
Coimbra, em cujo portal se pode ler “Lusiadae, hanc vobis sapientia condidit
arcem: ductores libri; miles et arma labor” (cuja tradução parece ser "Da
sapiência, ó Lusos, eis o alcaçar: onde por capitães os livros tendes; por
armas e soldados a fadiga"). É bonito!
Porque a universidade é tutelada por malta conservadora, não
deixam tirar fotografias no interior. Mas basta “googlar” para encontrar um sem
número de imagens onde podem ver aquela esplendorosa biblioteca. Se ainda não
conhecem … recomendo.
No exterior olhando para a “cabra” da universidade, está uma
estátua de D. João III.
Mas, o “joanino” da biblioteca não se refere a este João III
mas ao João V, o Rei Magnânimo, o grande mecenas sob cuja égide se verificou a edificação
da biblioteca.
D. João III está por ali esculpido porque foi no seu reinado
que a Universidade foi transferida
definitivamente para Coimbra.
A formação humanista de D. João III, “o Piedoso” levou a que
no seu reino houvesse grande apoio à cultura. Nas Letras sobressaíram Gil Vicente (aquando do nascimento
de D. João é representado na câmara da rainha o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro), Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim
Ribeiro, João de Barros e sobretudo Luís de Camões. Nas Ciências, Pedro Nunes e
Garcia de Orta.
O monarca
atribuiu bolsas de estudo em países estrangeiros, fundou colégios, alargou o
ensino pelo país, apoiando os Jesuítas, que foram admitidos em Portugal. Apoiou
também a missionação pelos vários continentes, processo em que sobressaíram São
Francisco Xavier no Oriente e o padre Manuel da Nóbrega no Brasil.
D. João III era
filho de D. Manuel I (que lhe roubou a noiva quando enviuvou!) e de D. Maria de
Castela. Nasceu em 1503 em Lisboa, onde faleceu em 1557.
Foi o décimo
quinto rei de Portugal (1521-1557). Casou, em 1525, com D. Catarina de Áustria,
irmã da rainha D. Leonor e de Carlos V.
Sucedeu-lhe o seu neto D. Sebastião, que tinha 3 anos de
idade quando D. João III morreu. E aí começou a desgraça que se conhece …
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