segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Coimbra joanina


Fui há dias visitar a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, em cujo portal se pode ler “Lusiadae, hanc vobis sapientia condidit arcem: ductores libri; miles et arma labor” (cuja tradução parece ser "Da sapiência, ó Lusos, eis o alcaçar: onde por capitães os livros tendes; por armas e soldados a fadiga"). É bonito!

Porque a universidade é tutelada por malta conservadora, não deixam tirar fotografias no interior. Mas basta “googlar” para encontrar um sem número de imagens onde podem ver aquela esplendorosa biblioteca. Se ainda não conhecem … recomendo.


No exterior olhando para a “cabra” da universidade, está uma estátua de D. João III.
Mas, o “joanino” da biblioteca não se refere a este João III mas ao João V, o Rei Magnânimo, o grande mecenas sob cuja égide se verificou a edificação da biblioteca. 


D. João III está por ali esculpido porque foi no seu reinado que a Universidade foi transferida definitivamente para Coimbra.


A formação humanista de D. João III, “o Piedoso” levou a que no seu reino houvesse grande apoio à cultura. Nas Letras sobressaíram Gil Vicente (aquando do nascimento de D. João é representado na câmara da rainha o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro), Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, João de Barros e sobretudo Luís de Camões. Nas Ciências, Pedro Nunes e Garcia de Orta.

O monarca atribuiu bolsas de estudo em países estrangeiros, fundou colégios, alargou o ensino pelo país, apoiando os Jesuítas, que foram admitidos em Portugal. Apoiou também a missionação pelos vários continentes, processo em que sobressaíram São Francisco Xavier no Oriente e o padre Manuel da Nóbrega no Brasil. 


D. João III era filho de D. Manuel I (que lhe roubou a noiva quando enviuvou!) e de D. Maria de Castela. Nasceu em 1503 em Lisboa, onde faleceu em 1557. 


Foi o décimo quinto rei de Portugal (1521-1557). Casou, em 1525, com D. Catarina de Áustria, irmã da rainha D. Leonor e de Carlos V. 


Sucedeu-lhe o seu neto D. Sebastião, que tinha 3 anos de idade quando D. João III morreu. E aí começou a desgraça que se conhece …


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