segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

De ramo em ramo



O branco do linho ou dos muros
do sul,
o carmim matutino,

o claro azul mediterrâneo, o limão
húmido ainda,
o laranja, o verde das oliveiras

prateado, o amarelo exausto
de glória, o violeta adormecido
da flor que lhe dá o nome,

o ocre do trigo ceifado,
o negro quase
materno da terra lavrada,

é nos olhos que são ave
de ramo em ramo concertada.

Eugénio de Andrade, Alentejo


Sem comentários: