sábado, 7 de junho de 2014

Pátio Sevilhano



Manolo Sanchez de Sevilha
ombros de lenha despontados
sua faca de amor amola
em esmeril de manzanilha
que rico olor tienen los nardos.


Noite indormida de mariscos
sangrando ulmeiros e cavalos
mastigação de flores de aveia
Manolo Sanchez vara de mimbre
que a minha hera serpenteia
sua crescente lenha de macho
em perfeição de dor se queima.


Ai ojos quites andaluzes
passes de peito da tristeza
manoletinas de soluços:
eres mi novia portuguesa.
Obsoleta a lua deixa
que com sua dor de ponta e mola
Manolo lhe corte uma madeixa.


Manolo Sanchez de Sevilha
em carbúnculo de adeus ficado!
Da amada reconhecível
não era a fonte não era a hora
seu sumo de desaparecida
tua língua refresca agora.

Ai contraluz de intáctil noiva
postumamente germinada!
Em tua tela cor da sede
sequestro verde de mulher água.

Natália Correia, Mátria (VII)

1 comentário:

Ideiafix disse...

Grande noite!
Grandes amigos!
Quente noite!
Quentes fotos!
Húmida noite (Don José e sua esplanada esguichante!)!
Húmida poesia!
(... mas não consigo esquecer que foi nessa noite que uns polacos manhosos permitiram que o Sevilha seguisse em frente na sua jornada europeia que haveria de levar a um final pouco feliz ... para mim!)