Alfama não envelhece
E hoje parece
Mais nova ainda
Iluminou as janelas
Reparem nelas
Como está linda.
Vestiu a blusa clarinha
Que a da vizinha
É mais modesta
E pôs a saia garrida
Que só é vestida
Em dias de festa
Becos, escadinha, ruas estreitinhas
Onde em cada esquina há uma bailarico
Trovas p'las vielas e em todas elas
Perfume de manjerico
Risos gargalhadas, fados desgarradas,
Hoje em Alfama é um demónio
E em cada canto, um suave encanto
De um trono de Santo António.
Já se não ouvem cantigas
E as raparigas
De olhos cansados
Ainda aproveitam o ensejo
De mais um beijo
Dos namorados
Já se ouvem sinos tocando
Galos cantando
À desgarrada
E mesmo assim dona Alfama
Só volta p'rá cama
Quando é madrugada.
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1 comentário:
Pois não conhecia este espaço. Parabéns e boas fotos para este fim de semana. Um abraço
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