sábado, 30 de novembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Em memória dos meus eucaliptos de infância
Na minha infância vivi numa aldeia atravessada por uma
estrada nacional que a determinado passo era ladeada por dois eucaliptos
enormes, imponentes do tronco à copa, ainda mais surpreendentes para os olhos
de um menino cujos horizontes pouco além iam da altura das majestosas árvores.
Ainda hoje, quando vejo ou penso em eucaliptos, lembro-me da enormidade das
árvores da minha meninice. E recordo com saudade as suas cascas que faziam
rolos extensos, as folhas bem cheirosas e as bagas que largavam uma divertida
cápsula parecida com uma boina basca com bico ao centro(!?).
Como devem calcular, o homem mau já dizimou os meus
eucaliptos que devem ter gerado boas resmas de papel.
Por isso, como dos meus eucaliptos só resta a lembrança, fica a reportagem feita à volta de um majestoso eucalipto que recentemente se cruzou
comigo e pediu para ser fotografado.
Que seja pela memória dos falecidos
eucaliptos da minha infância, também ela há muito fenecida…
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Fado é Gisela João
Fotografia de Sophia Vieira
Já confessei aqui a minha paixão pelo fado e como aprecio a
voz do momento.
Num post no facebook a Gisela João, com a sua linguagem bonita de tão simples,
referiu o que sobre ela foi publicado AQUI.
Ela vai estar no Vodafone Mexefest, sábado 30 de Novembro,
às 20h45 na Sociedade de Geografia de Lisboa. E a autora do escrito (Mariana
Duarte), explica com uma clareza inatacável as razões que me (nos) deviam fazer ir à
Sociedade de Geografia de Lisboa (sítio onde estive há pouco tempo pela
primeira vez e que me surpreendeu, muito, pela beleza do interior e pelo
interesse dos objetos expostos). Ainda não visitaram? Para esse efeito, a noite
do próximo sábado é capaz de não ser a melhor opção pois é lá que vai estar a
cantar a fadista do momento.
Como eu não sei quanto tempo o link que indiquei vai estar acessível
(confesso que nunca tinha ouvido falar do vice.com) transcrevo o conteúdo.
Vamos aos fados?
Não gostas de fado? Toma cinco razões para ires ver a Gisela
João
Se o fado nunca fez nada por ti (estamos juntos nisso) é
provável que a Gisela João te surpreenda. Quem não for vê-la ao Vodafone
Mexefest, no sábado, 30, não sabe o que perde. Sobretudo depois de ler este
texto, que te dá cinco razões altamente convincentes para o fazeres.
É nascida e criada em Barcelos. É logo um ponto a favor de
alguém. Barcelos, conhecida como a cidade do rock, é a terra do Milhões de
Festa, o berço de bandas superlativas do campeonato nacional, como The
Glockenwise e Black Bombaim, e onde a taina é uma coisa muito séria. O facto de
a Gisela João ser de lá é mais uma confirmação de que aquela cidade está cheia
de petróleo.
Não é uma beta como outras. Gisela João (não Gigi ou
qualquer outra inflexão burguesa irritante do nome) não nasceu em berço de
oiro, mas sim numa família de proletários: a mãe era trabalhadora fabril, o pai
emigrante; foi criada pela avó e ainda tomava conta dos irmãos mais novos. Teve
de fazer pela vida — canta fado deste pequenina mas só foi para a capital em
2010; até aí teve de fazer tudo sozinha. Apesar de já ter sido considerada a
fadista do século XXI por gente como o Miguel Esteves Cardoso, continua a ser
uma miúda humilde e a agradecer perdidamente cada elogio que lhe fazem. Ainda
por cima prefere cantar no meio do povo do que em casinos e não tem aquela
postura messiânica ridícula de quem acredita carregar o legado da Amália. Sem
esquecer que fala português em todo o seu esplendor: carrega no calão nas
entrevistas, não pede ao jornalista para voltar atrás e saem-lhe da boca
pedaços de prosa como “malhar finos”, “fugir com o cu à sardinha quente” ou “tive
na minha frente um público que foi de arrepiar o caraças da pedra mais fria de
gelinho que a Antárctica tenha para lá escondidinha”. Como não gostar?
É incrível ao vivo. Pode não ter a voz mais cronometrada e
escovadinha do mundo, mas tem um carácter que trepa pelos ouvidos. Além disso,
põe tudo cá para fora: varre tudo com uma emoção que até te faz esbugalhar os
olhos. Sente aquilo que está a cantar daqui até ao céu. E isso é bonito de se
ver.
Sabe que o que é bom é para mostrar. A Gisela podia perfeitamente
ser aquela amiga fixe, esperta e gira que vai connosco para os copos (perdão,
malhar finos). Em vez dos trajes pretos e dos vestidos pudicos que tanto se
vêem no meio do fado, prefere usar vestidos com pinta que não lembram as avós
de luto nem a roupa foleira de muitas fadistas da nova geração. Vestidos bem
curtos, porque aquelas pernas merecem andar ao léu. Além disso, desenha e cose
alguma da roupa do próprio armário, usa peças da Alexandra Moura (designer de
moda portuguesa a ter em conta), tem tatuagens e fotos com gatos no Facebook.
Recapitulando: Vodafone Mexefest, sábado 30, às 20h45 na
Sociedade de Geografia de Lisboa. Estamos combinados, ok?
Compreendi-te Mariana Duarte!
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terça-feira, 26 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
Esta noite fui aos fados
… ninguém entende, nessa aparência bizarra
como é que a gente se prende às cordas duma guitarra …
[do fado “Recordações do Passado” do saudoso Carlos Ramos (Compositores:
Frederico de Brito e Francisco Viana)]
… e sim, meus companheiros nesta noite de luta, o meu fado
preferido continua a ser este …
Apreciem!
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sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Museu da Cidade de Lisboa – registos de um fim de tarde bem passado
O brasão de armas (proveniente do Chafariz de Arroios – 1360)
Pormenor da maqueta da cidade de Lisboa em 1755.
Quanto a este jovem, um príncipe cujo nome não fixei
(perdão!), não pude deixar de registar o seu penteado certinho (uma verdadeira obra
de arte dentro de outra!).
Confesso que admiro, não só os pintores que conseguiam estes registos
quase fotográficos, como a paciência desta nobre gente que, presumo eu, ficava
dias seguidos em pose para que o artista lhe tirasse as medidas e gravasse com rigorosa tinta todos aqueles caracóis.
Pormenor
da fantástica (e enorme!) pintura de José Maria Veloso Salgado, “O
Sufrágio”.
Nunca
percebi porque esta dama aparece sempre seminua. Eu aprecio! Mas estranho!
Esta República
tão exposta faz lembrar uma tal de Cicciolina que usou similares argumentos
para se transformar em deputada.
A nudez
da menina ajuda a perceber a euforia do resto da pintura não captada pelo
fotógrafo, a qual podem conferir no local (enfiada numa sala esconsa no final do
percurso da visita) ou no site do museu da cidade (AQUI) escolhendo o separador imagens.
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