domingo, 29 de novembro de 2009

Convento de S. Francisco - Portimão



O Convento de S. Francisco (ou Convento de Nossa Senhora da Esperança) é um monumento do século XVI, de estilo manuelino e maneirista, situado junto ao Rio Arade, na cidade de Portimão que se encontra em adiantado estado de degradação.

Diz a história que este convento foi da iniciativa de Simão Correia, antigo capitão de Azamor.

Foi casa de franciscanos até ser vendido a privados que, depois de o transformarem em armazém de cortiça e depois de material de conservas, deixaram-no ao abandono, o que se arrasta até aos nossos dias.

De vez em quando ouve-se falar em projectos de recuperação, mas o convento continua património indecentemente desprezado conforme se pode notar das fotos que hoje vos trago que mostram uma estrutura arquitectónica perfeitamente esquelética e dificilmente recuperável.

A Câmara de Portimão já terá tentado adquirir o edifício, mas o local onde aquele imóvel está situado (vejam foto aérea) deve levar a que o seu valor não esteja ao alcance da autarquia. Consta também que os proprietários terão um projecto para o local (mais um hotel!) mas não está fácil conseguir a viabilização pois o Convento de S. Francisco está classificado como imóvel de interesse público.

O nosso dinheiro escorre fácil para nacionalizar e manter bancos delapidados por criminosos de colarinho branco mas para a cultura a fonte está degradada, como o património em geral.

Certo é que um monumento emblemático de Portimão, que faz parte da história da cidade (o Rei D. Sebastião terá estado presente numa missa no local – ver aqui) está com este aspecto à beira da total derrocada. Acresce que a sua localização (mesmo encostado ao museu de Portimão), leva a que aquela calamitosa imagem seja das primeiras que os turistas vêem quando chegam à cidade por via marítima. Aliás, quando os barcos de cruzeiro chegam a Portimão (e a autarquia tem-se esforçado para que cada vez mais paquetes atraquem no porto da cidade) aferram bem perto daquele edifício, sendo também dali que partem os ferries para as ilhas atlânticas.

Num sábado solarengo aproveitei para fotografar o interior do edifício onde pernoita um indivíduo de leste que me assustou quando me confrontou no interior das ruínas. Outros sustos provocaram também os pombos e outras aves que adoptaram o convento como habitação, os quais manifestaram o seu desagrado pela invasão deste pacato fotógrafo.

Como se pode notar das fotografias, o interior, tal como o exterior, do monumento (cujos traços manuelinos já pouco se notam) está degradado, espichado e cheio de lixo e de plantas invasoras, de forma que assusta e faz pena.

Por tudo isto, como portimonense adoptado, não posso deixar de mostrar ao mundo o meu desagrado.

2 comentários:

Anónimo disse...

a Camara de Portimão em tempo algum efectuou uma propsta para adquirir o Convento de Portimão. São tudo "bojardas" politicas! abram os olhos!

Anónimo disse...

Se não fez devia ter feito!