quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Salvo pela campainha

Li no "Público" um texto assinado por João Palma, que, por ser curioso, vou aqui reproduzir:

«Salvo pela campainha» ou a variante mais usada «salvo pelo gongo» são expressões conhecidas, empregues na acepção de alguém se ver livre de um perigo ou uma situação difícil no último momento, por vezes devido a uma influência externa. Está muito divulgada a ideia de que a frase deriva do boxe e daquela situação em que um dos contendores está a levar uma tareia do outro e, mesmo à beira do KO, soa o gongo salvador a pôr fim ao assalto e a dar-lhe uma oportunidade para se recuperar no intervalo. É possível que esta seja a raiz de «salvo pelo gongo», derivada de «salvo pela campainha», mas a expressão original tem uma origem mais macabra. Os diversos surtos de pestes que assolaram o mundo, em especial a peste negra, vitimaram milhões de pessoas, até ao século XVIII. Tendo surgido em Portugal em 1348, a peste negra matou entre um terço e metade da população. Os muitos milhares de mortos tinham de ser enterrados rapidamente, para evitar que a sua decomposição a céu aberto ainda piorasse mais as coisas.

No caos subsequente, houve casos de enterramento de pessoas que ainda estavam vivas. Então, para evitar a situação, passou-se a sepultar as vítimas da peste com uma corda ligada a um sino, para puxarem se ainda estivessem vivos...

Deve ser por isso que ainda hoje nos cemitérios se toca uma campainha quando o corpo desce à terra.

Hoje também me sinto meio morto. Depois:

- de me levantar às 6 da matina;

- de me ter rebentado um pneu do carro quando ia a caminho de Tunes;

- de ter perdido o comboio para Lisboa;

- de ter queimado cerca de uma hora para conseguir mudar o pneu na berma da auto-estrada;

- de ter pensando várias vezes que ia morrer com as tangentes dos camiões que faziam balançar o carro em cima daquele macaco malvado do SSanguiong, primeiro escondido, depois preso, perro, teimoso, maljeitoso …

- de ter acabado por viajar de carro para a capital, agora já com o tempo apertado, o que implicou apelar aos cavalos do Audi para mostrar o que valiam … e valeram! (apesar do gasóleo na reserva os ter perturbado … a eles e a mim …)

- de ter feito um percurso final de Metro a caminho da reunião de trabalho que me esperava, tendo sido informado pelo som ambiente quando apressado entrei na carruagem: “Senhores passageiros informamos que a Linha Verde se encontra com problemas de circulação”, quando era na linha verde que eu queria circular, tendo a viajem que habitualmente dura cerca de cinco minutos demorado muito mais que um quarto de hora.

- de ter chegado atrasado à reunião, onde muitos dos intervenientes pareciam ter tido uma manhã mais azeda que a minha;

- de ter regressado para o Algarve, sendo que no Alentejo profundo o Audi resolveu assinalar que o motor estava com sede de óleo … (carros alemães!);

- de, sem êxito, ter tentado negociar com a CP (ou a REFER?) a devolução do dinheiro dos bilhetes das viagens no Alfa, os quais paguei antecipadamente e, com muita pena minha, não pude utilizar.

- de ter jantado sozinho porque o resto da família está no médico para aferir o que apoquenta o mocinho mais novo que há várias semanas anda com febre, tosse e outros sintomas de que algo não vai bem naquele corpito.

- de … de … de …

Enfim, sinto-me meio morto!

Haja alguém que toque a campainha!


1 comentário:

Anónimo disse...

Tlim, tlim, tlim, tlim.....
Pois é amigo meu, ele há dias que um homem à noite, mais valia à tarde, não sair de casa de manhã. Mas olha, tás vivo e são e continuas um homem de fé, porque essa de tentares que os gajos da CP (ou lá o que é) te devolvessem o guito do bilhete.....
Enfim, amanhã é outro dia e de certeza que não vais rebentar nenhum pneu. Não te esqueças é de reparar ou substituir o que estourou, não vá o demo... Coração ao alto e as melhoras do Gustavinho.
Abraço