sexta-feira, 23 de abril de 2010

Não há nada pra ninguém

Uma das grandes vantagens de todas as semanas estar a fazer uma viagem de comboio até Lisboa, tem sido a possibilidade de ouvir muita música. O Iphone que os meus filhos me ofereceram têm uns robustos 32 gigas de espaço o que me tem permitido transferir alguns dos CDs que estão ali parados na estante a aguardar que o lento pó dos tempos os vá tapando e protegendo.

Entre as coisas que digitalizei encontrei uma pérola que já não escutava há vários anos. O lendário Mário Mata a cantar o “Não há nada para ninguém”. Lembram-se? Pois é música portuguesa da melhor e a letra da canção, à qual provavelmente nunca prestaram atenção, merece que eu aqui a reproduza, até porque tem a ver com a minha vizinha cidade de Lagos, terra essa que foi e continua a ser uma das paixões da minha vida.

Pois então, escutem lá a música (por exemplo vendo o vídeo que vos sugiro retirado de um também saudoso vinil cheio de batata frita) e acompanhem com atenção a letra que se segue.

http://www.youtube.com/watch?v=yPuq0lT7RQU

Vamos embora Manel !!! E não há fumos pra ninguém
Não há mulheres pra ninguém
Não há homens pra ninguém
Não há nada pra ninguém

Certo dia em Lagos ao passar de caminho
Para o Parque de Campismo gritei ‘Ai Toninho !!! `’
Qual não era o meu espanto
Que ao meu lado direito
Julgava estar a ver mal
Belisquei-me, estava feito
Um Parque de Campismo Especial de Corrida para os Senhores Militares, é
inacreditável !!!

(Refrão)
Em Lagos não há Piscinas, Parques Culturais
E todas as tentativas são cortadas pelos tais
Se dormires na praia, vem o Cabo do Mar
Se cantares na rua à Esquadra vais cantar (o Vira )
Bate baixo a bolinha bate bate pianinho se por cá queres andar
Que a Judite anda doidinha por te pôr a pata em cima e por te agarrar
E lá não há… lá não há…

(Refrão)

Se jogam contigo, joga duro com eles
Se te batem de forte, dá-lhes mais forte ainda
E aplica-lhes a táctica, do papel higiénico
Rasga por todos os lados, menos pelo picotado
Joga-lhes na mesma moeda, meio tostão furado e uma volta ao bilhar grande
Paga-lhes na mesma moeda, meio tostão furado e uma volta ao bilhar grande


Mário Mata - Escrito em Agosto de 1980 em Lagos

(Editado em Maio de 1981 LP Polygram)


É ou não é um must?

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