Era primavera, eu liguei pra ela,
pra falar das belas flores que eu comprei
sem nenhum apreço, perdi o endereço,
já nem sei o preço que eu ali paguei
mesmo assim perdido, um pouco
aturdido, ali estarrecido a ela entreguei
e saí sozinho, pelo meu caminho,
lembrando o carinho que eu não ganhei.
era um outono, eu no abandono, não
me via dono da minha alegria
fiz um julgamento, no meu
pensamento, que outra vez sedento eu não mais seria
eu saí pra fora, o coração agora,
não contava a hora, da noite e do dia
como a moinha, espalhada sozinha, e
em cada folhinha que no chão caía.
chegou o verão, o meu coração, teve
a sensação de querer voar
naquela aventura, deixar toda
agrura, e de alma pura o mundo ganhar
fiz minha bagagem, comprei uma
passagem, no mundo selvagem eu fui me lançar
mas deu tudo errado, eu fiquei de
lado, e agora parado sem saber voltar.
enfim, este inverno, que parece
eterno, não me dá um terno para me vestir
tô na beira rio, com fome e com
frio, meu fone sumiu e eu não mais vi
quero ir embora, me levar pra fora,
mas não vejo agora razão de existir
não aos olhos teus, sim as mãos de
Deus, nos sentidos meus... eu sobrevivi.
Poema de Ezhequiel Águia Queiróz
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