quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Lou Reed. O fim das ressacas ...

Luís Fernando Ver!ssimo, numa das histórias que ontem me fez rir quando, mergulhado na multidão que me acompanhava no interior do Metropolitano, lia um dos seus livros, descreve vários dos métodos que usava na juventude para evitar a ressaca. Um deles era:
(…)
O Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de gelatina verde dissolvidas em querosene - Misturava-se tudo num prato pirex forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa e deitava-se com os pés na direção da ilha de Páscoa. Ficava-se imóvel durante três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer maneira.
(…)
(in "Ed Mort e outras histórias")

Quando este blog era vivo, o meu amigo António costumava dizer que eu passava o tempo a escrever sobre mortos. Nem de propósito, por estes dias houve mais um dos que muitos de nós idolatrámos que se cansou e resolveu ir colaborar no diálogo entre Jorge Luis Borges e Benny Goodman (para quem não perceber recomendo uma leitura do post anterior "A música é um caminho, com começo, meio e fim. E o jazz é um atalho secreto"). O fígado disse-lhe que estava farto de tanto dia feliz e dos posteriores tratamentos para a ressaca. E lá foi ele...
Por isso, António, embora eu saiba que não vais ler isto, cá estou, não só a falar de ti, como a recordar mais UM que nos deixou …

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