Luís Fernando Ver!ssimo, numa das histórias que ontem me fez
rir quando, mergulhado na multidão que me acompanhava no interior do
Metropolitano, lia um dos seus livros, descreve vários dos métodos que usava na juventude para evitar a
ressaca. Um deles era:
(…)
O Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de
gelatina verde dissolvidas em querosene - Misturava-se tudo num prato pirex
forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa
e deitava-se com os pés na direção da ilha de Páscoa. Ficava-se imóvel durante
três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer
maneira.
(…)
(in "Ed Mort e outras histórias")
Quando este blog era vivo, o meu amigo António costumava
dizer que eu passava o tempo a escrever sobre mortos. Nem de propósito, por estes
dias houve mais um dos que muitos de nós idolatrámos que se cansou e resolveu ir colaborar no diálogo entre Jorge Luis Borges e Benny Goodman (para
quem não perceber recomendo uma leitura do post anterior "A música é um caminho, com começo, meio e fim. E o jazz é um atalho secreto"). O fígado disse-lhe que
estava farto de tanto dia feliz e dos posteriores tratamentos para a ressaca. E
lá foi ele...
Por isso, António, embora eu saiba que não vais ler isto, cá estou, não só a falar de ti, como a recordar mais UM que nos deixou …
Por isso, António, embora eu saiba que não vais ler isto, cá estou, não só a falar de ti, como a recordar mais UM que nos deixou …
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