quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
Foi bonita a festa, pá …
(…)
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
(…)
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sexta-feira, 25 de abril de 2014
terça-feira, 22 de abril de 2014
Arte ... ou a a bela representação de uma coisa
"A arte não é a representação de uma coisa bela,
mas a bela representação de uma coisa"
Autor desconhecido
... ou, como assinalava Kant ...
"Uma beleza natural é uma coisa bela;
a beleza artística é uma bela representação de uma coisa."
Foto tirada no Centro Georges Pompidou - Paris
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terça-feira, 15 de abril de 2014
Páscoa! Hallelujah!
Foto: Viana do Alentejo
(...)
Well, maybe there's a God above
But all I've ever learned from love
Was how to shoot somebody who outdrew ya
And it's not a cry that you hear at night
It's not somebody who's seen the light
It's a cold and it's a broken hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah
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Eles não sabem, nem sonham ...
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral ...
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral ...
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Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Pedra Filosofal, de António Gedeão, in 'Movimento Perpétuo'
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domingo, 13 de abril de 2014
Eles eram mais antigos que o silêncio...
Eles eram mais antigos que o silêncio
A perscrutar-se intimamente os sonhos
Tal como duas súbitas estátuas
Em que apenas o olhar restasse humano.
Qualquer toque, por certo, desfaria
Os seus corpos sem tempo em pura cinza.
A Remontavam às origens — a realidade
Neles se fez, de substância, imagem.
Dela a face era fria, a que o desejo
Como um hictus, houvesse adormecido
Dele apenas restava o eterno grito
Da espécie — tudo mais tinha morrido.
Caíam lentamente na voragem
Como duas estrelas que gravitam
Juntas para, depois, num grande abraço
Rolarem pelo espaço e se perderem
Transformadas na magma incandescente
Que milénios mais tarde explode em amor
E da matéria reproduz o tempo
Nas galáxias da vida no infinito.
Eles eram mais antigos que o silêncio...
A perscrutar-se intimamente os sonhos
Tal como duas súbitas estátuas
Em que apenas o olhar restasse humano.
Qualquer toque, por certo, desfaria
Os seus corpos sem tempo em pura cinza.
A Remontavam às origens — a realidade
Neles se fez, de substância, imagem.
Dela a face era fria, a que o desejo
Como um hictus, houvesse adormecido
Dele apenas restava o eterno grito
Da espécie — tudo mais tinha morrido.
Caíam lentamente na voragem
Como duas estrelas que gravitam
Juntas para, depois, num grande abraço
Rolarem pelo espaço e se perderem
Transformadas na magma incandescente
Que milénios mais tarde explode em amor
E da matéria reproduz o tempo
Nas galáxias da vida no infinito.
Eles eram mais antigos que o silêncio...
Vinicius de Moraes, in 'O Operário em Construção'
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sábado, 12 de abril de 2014
Rebanho de Deus
Num convento de freiras, a madre superiora, ao despertar, murmura:
— Que noite linda! Hoje não vou perturbar as pobres das freiras. Vou tratá-las bem.
Levanta-se e dirige-se aos claustros.
— Bom dia, irmã Josefa. Está com boa aparência. É uma camisola o que está a tricotar!?
— Obrigada, madre. A senhora também está muito bem, mas parece que se levantou do lado errado da cama, não!?
A madre não gostou do comentário, mas continuou. No claustro seguinte repetiu:
— Bom dia, irmã Maria, que boa aparência tem hoje! E que bonito está a ficar o seu bordado.
— Obrigado, madre. A senhora também está com bom aspecto. Mas vê-se que hoje se levantou do lado errado da cama.
A madre superiora ficou furiosa, mas seguiu o seu caminho.
Porém, todas as freiras respondiam o mesmo. Assim, quando chegou à quinta freira já estava irritadíssima e saudou-a com os dentes cerrados.
— Bom dia, irmã Leonor. Seja-me sincera. Estou com ar de quem se levantou hoje do lado errado da cama?
— Sim, madre.
— E porquê?
— É que a senhora calçou as chinelas do padre António.
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sexta-feira, 11 de abril de 2014
O espelho e os sonhos ...
O
espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de
si próprio.
José
Saramago
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quinta-feira, 10 de abril de 2014
Reflexos
Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo... um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém...
Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem Sou?! Sei lá! Sou a roupagem
Dum doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...
Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro...
Uma chaga sangrenta do Senhor...
Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de vaidades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...
Florbela Espanca, poema “Minha Culpa” in "Charneca em Flor"
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terça-feira, 8 de abril de 2014
A brincar com o fogo
Como um grande borrão de fogo sujo
O sol posto demora-se nas nuvens que ficam.
Vem um silvo vago de longe na tarde muito calma.
Deve ser dum comboio longínquo.
Neste momento vem-me uma vaga saudade
E um vago desejo plácido
Que aparece e desaparece.
Também às vezes, à flor dos ribeiros,
Formam-se bolhas na água
Que nascem e se desmancham
E não têm sentido nenhum
Salvo serem bolhas de água
Que nascem e se desmancham.
Alberto
Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXVII"
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segunda-feira, 7 de abril de 2014
Lilac wine
I lost
myself on a cool damp night
Gave myself
in that misty light
Was
hypnotized by a strange delight
Under a
lilac tree
I made wine
from the lilac tree
Put my
heart in its recipe
It makes me
see what I want to see
And be what
I want to be
When I
think more than I want to think
Do things I
never should do
I drink
much more than I ought to drink
Because it
brings me back you
Lilac wine
is sweet and heady, like my love
Lilac wine,
I feel unsteady, like my love
Listen to
me...
I cannot
see clearly
Isn't that
she coming to me nearly here?
Lilac wine
is sweet and heady, where's my love?
Lilac wine
I feel unsteady, where's my love?
Listen to
me, why is everything so hazy?
Isn't that
she, or am I just going crazy, dear?
Lilac wine,
I feel unready for my love
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quinta-feira, 3 de abril de 2014
A geometria abre a linha para deixar passar a Imaginação
O Futuro Sai da Fenda e da Ferida
a geometria abre a linha para deixar passar a Imaginação.
O FUTURO sai da FENDA e da FERIDA.
Do que antes foi, hoje sai Sangue.
Inundar o VAZIO: o FUTURO inunda o VAZIO.
Porque todo o vazio tem por INIMIGO a Imaginação.
Porque todo o vazio tem o Inimigo.
Gonçalo M. Tavares, in "Investigações. Novalis"
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quarta-feira, 2 de abril de 2014
Mona Lisa
Mona Lisa,
Mona Lisa, men have named you
You're so
like the lady with the mystic smile
Is it only
'cause you're lonely they have blamed you?
For that
Mona Lisa strangeness in your smile?
Do you
smile to tempt a lover, Mona Lisa?
Or is this
your way to hide a broken heart?
Many dreams
have been brought to your doorstep
They just
lie there and they die there
Are you
warm, are you real, Mona Lisa?
Or just a
cold and lonely lovely work of art?
Do you
smile to tempt a lover, Mona Lisa?
Or is this
your way to hide a broken heart?
Many dreams
have been brought to your doorstep
They just
lie there and they die there
Are you
warm, are you real, Mona Lisa?
Or just a
cold and lonely lovely work of art?
Mona Lisa, Mona Lisa
“Mona Lisa" canção escrita por Ray Evans e Jay Livingston para o filme Captain Carey, em 1950, ano em que ganhou o “Academy Award for Best Original Song”.
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terça-feira, 1 de abril de 2014
Árvores! Corações, almas que choram ...
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
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